Existem acontecimentos tristes na nossa vida, cabe a nós saber-mos dar-lhes a volta por cima.
Engraçado como nos apegamos a coisas materiais da vida: quadros, peças de barro, guitarras, porta-chaves, lenços de campo… o que interessa não é o material em si, porque se não estaríamos a ser completamente estúpidos em dar valor pelo “materialismo” das coisas. O que conta é que somos seres muito sentimentais, e isso faz colocar em tudo o que temos características/sentimentos que ambicionamos ter, ou mesmo que tivemos e que esses objectos recordam. No fundo até no materialismo somos sentimentalistas…
E quando, o que desaparece na nossa vida era animado dela própria? Já nem falo quando “perdemos” alguém chegado, e quando animais de estimação morrem?
Podem achar terrivelmente estúpido e fútil sobre a razão da tristeza que me invadiu hoje o dia, morreu a minha cadela. Estúpido este sentimento? Acho que não. Ainda bem que ele existe, ainda bem que tenho um nó atravessado na garganta, ainda bem que cada vez que penso nisto me lembro do tempo em que brincamos… Estupidez, mas ainda bem que estou triste, é sinal que algo se quebrou cá dentro e que aquela simples cadela era na realidade símbolo de algo para mim.
Quando falo disto poderia simplesmente falar da morte de pessoas, acho que o que me resta agora é saber que fisicamente nunca mais a poderei ver, mas que na minha cabeça até ao dia em que me aconteça o mesmo, ela estará comigo, até ao fim dos meus tempos. Resta-me apenas não transformar esta dor em sofrimento, mas nesta dor transformar/talhar a minha pessoa.
2 comentários:
A razão porque estás triste não é a cadela ter morrido mas é tu estares convencido que ela ia continuar a viver.
O facto de te lembrares de brincares com ela não te dá um sentimento de tristeza por teres perdido o que já tinhas brincado mas apenas por constatares que já não o poderás repetir, tal como pensavas que seria possível.
Bom post.
Bem visto mirsa.
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